TUPY
Resultado no 3º Trimestre/2015: Desempenho positivo no trimestre
17.11.2015
A Tupy apresentou seu resultado para o 3T15 com expansão das margens operacionais, resultado da estratégia de melhoria de eficiência, da implementação bem sucedida do novo ERP, em conjunto com o benefício da taxa de câmbio favorável.
Os fatores mencionados foram fundamentais para compensar a queda de volumes no período, como o encolhimento da demanda no mercado doméstico assim como o segmento off-road no mercado externo.
Houve um aumento de participação de CGI (ferro fundido vermicular) no mix de produtos, o qual elevou-se de 10% no 3T14 para 17% no 3T15. Um importante precedente e indicativo de crescimento contínuo da penetração do CGI no mercado automotivo.
Nesse sentido, consideramos o resultado da Tupy positivo e mais uma vez, a companhia mostra-se como destaque do setor, dados os desafios que superou.
Receita impulsionada pelo mercado externo. A receita líquida total foi de R$ 856,0 milhões, um aumento de 6,3% A/A. O mercado doméstico representou 17% das receitas, atingindo R$ 141,7 milhões, equivalente a 37,1% A/A e o mercado externo foi responsável pelos outros 83% do total alcançando R$ 714,2 milhões, 23,2% acima do mesmo período em 2014.
COGS e SG&A.
Os custos cresceram em termos absolutos 5,4% A/A para R$ 704,0 milhões, sendo 82,3% em relação as receitas líquidas totais comparados aos 83,0% no 3T14. Entretanto, as despesas operacionais totais tiveram crescimento absoluto de 12,5% A/A para R$ 64,2 milhões no 3T15, o que representou 7,5% da receita líquida, 40 bps sobre o mesmo período do ano anterior.
EBITDA e Margem.
O EBITDA ajustado foi R$ 137,0 milhões no 3T15, equivalente a um crescimento de 12,3% comparado ao 3T14, com margem de 16,0%, 80 bps de expansão comparado ao 3T14. A principal razão foi a combinação positiva do aumento de receitas e melhor eficiência do período.
Capital de Giro e Análise de Fluxo de Caixa.
Houve uma ligeira deterioração de 2 dias no capital de giro em comparação ao segundo trimestre, consequência do aumento do prazo médio de recebimento para 8 dias.
Além disso, os estoques caíram em 3 dias, apesar do impacto proveniente da implementação do novo ERP. Nota-se que a companhia aumentou sua parcela de vendas externas, e, portanto, o ciclo de conversão de caixa foi adaptado para um novo nível, o que ainda tende a trazer mais impactos a frente.
Endividamento
A companhia terminou o 3T15 com dívida líquida de R$ 1.126,3 milhões, resultando em 1,88x dívida líquida/EBITDA ajustado. A expansão da alavancagem líquida é resultado da desvalorização cambial sobre a dívida em moeda estrangeira, o que representou 77% do total (dos quais 12% curto prazo e 88% longo prazo), enquanto 23% são denominados em reais (63% curto prazo e 37% longo prazo).
Sem alterações na perspectiva e recomendação. Mantemos nossas expectativas positivas para Tupy visto que acreditamos que o crescimento das vendas de picapes e a recuperação do mercado americano de veículos off-road possa beneficiar a companhia a longo prazo.
O principal risco é uma queda acentuada na demanda por veículos pesados no mercado doméstico, comprimindo volumes e receitas. Portanto, a tendência de desaceleração na produção de caminhões e outros veículos pesados no mercado interno pode pressionar os resultados nos próximos meses.
A companhia tem demonstrado que seu modelo de negócios é resiliente e sabe como aproveitar as oportunidades do mercado com alta taxa de câmbio.
Entendemos que a manutenção de altas taxas de crescimento tornou-se cada vez mais desafiadora. Contudo, acreditamos que a companhia tem em suas estratégias as ferramentas para contornar asadversidades que possam surgir em seu caminho.
Reiteramos nossa recomendação de Outperform, com target price de R$ 25,00 para YE2016.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise dos resultados apresentados pela TUPY no 3º trimestre/2015, elaborado por MARIO BERNARDES JUNIOR, CNPI Chief-Analyst, e KAMILA SANTOS OLIVEIRA, analistas de investimento do BB INVESTIMENTOS